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Por detrás do quase misterioso e enigmático MariaÍndia esconde-se, ou melhor: revela-se, uma poesia quase torrencial e avassaladora em que as palavras e as imagens galopam entre a forma e a expressão, o sentimento e a emoção. Mas nunca, porventura, de tão vivo e tão vibrante como nestes versos sem rima. Sem rima de certo, mas não seguramente sem ritmo.
Porque é efetivamente o ritmo que, num crescendo, marca a paixão, a entrega, o desvairamento que assinala a lucinação que lhes dá forma e rima, da autora, pelo objeto dessa mesma paixão: aquele a quem no paroxismo da sua entrega total e absoluta, chama de seu rei.
São versos de fogo, de uma sensualidade feita de desnudamento da vontade levada ao limite da submissão e da entrega sem limites nem contrapartidas.
Poesia adulta, madura e amadurecida, caldeada no sofrimento, na dor e no ciúme, na renúncia e desilusão também.
Poesia de fogo, amarga e sofrida, mas que teima em esperar pelo seu rei que tarda. Poesia ardente e desesperada e onde, inesperadamente, curiosamente, o poema "Mariana" com a sua "frescura de rosa / suave perfume a jasmim" lembra gota de orvalho, de repente tombada sobre a sarça ardente.