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A própria poesia que dá título à coleção de poesias, "Narcolepsia", revela que inúmeras facetas e estados emotivos variados foram tentados serem enunciados em verso, ao longo da vida do autor, que desde muito cedo teve por hobby escrever pequenos poemas em recortes de jornais, papéis de embrulho ou mesmo guardanapos. Ao guardá-los e não se desfazendo deles, implicitamente parece inelutável que um dia os publicaria.
O leitor, então, vai se deparar, por exemplo, com poesias retratando a adolescência e a maturidade, a metrificação convencional, como "Um título" ou "Sônia", e poesias com verso absolutamente livre e obedecendo um ritmo vinculado à emotividade, como "Meu Menino", "Saudosos Pulsares Perdidos" e outros.
Ao longo do livro vai se reconhecendo não uma cronologia na apresentação, mas uma forma de expressão afetiva não temporal, um arranjo aleatório e que, em certas partes, por força da convergência de estados emotivos de alegria e tristeza, forma pequenos ou médios grupos de poesias.
Depois de organizar, às duras penas, num trabalho quase arqueológico, toda a coleção de quase duzentas poesias, e procurando manter o vigor inicial do ato criativo original, o autor se autoaconselha a publicar, doravante, logo que concluir qualquer coisa, nada de guardar ou deixar pra depois, porque julga difícil não se subjugar à tentação de alterar, corrigir, etc.,subvertendo e tornando uma mentira banal o momento da criação.