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“Labirinto íntimo” é uma investigação psico-poética sobre o padecimento amoroso feminino na Era da Pele. A obsessão repetitiva das imagens corporais, a violência sobre a lógica sintática e a metáfora do monólogo confessional pretendem desestabilizar as evidências da primeira pessoa do singular, convidando para o encontro com o trabalho infinito da nudez:
[…] O meu Labirinto abre a boca entre afasia e impasse. O primeiro passo custa como uma página de carne e osso que vem do enigma ofegante ou do primeiro grito por-Onde-os-lábios lavram cinzas fumegantes...
Fragmentos de chamar-Te
o texto da carícia é um cantar de perda.
tu és a lâmina na página dobrada.
eu sou o esforço repetido de nexos em círculos.
tu és a face do inteiro espaço vazio. lábio.
no lábio desfolhando Kaos sobre a pele. o cansaço alastra. eu sou mistura espumante de terra quente com álcool de desencontro. tu murmuras.
eu canto no limite das copas incendiadas o teu tronco. hoje serei a última
vigília do sangue nascido para plantar pássaros amanhã. prometo-me
agora pássaros amanhã no vazio. na tua argila húmida o meu
fragmento de Chamar-Te. quando vens? quando choves?