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Gosto mais do farol do que da praia. É um sol, ou um substituto muito adequado deste quando falta. Está sobre o monte erigido e, nas pedras, não escuto nada se não a saudação que as ondas lhe oferecem nas rochas! Gosto tanto do farol que é o que queria ser, mas não pude, quando vi que nasci assim, menino e não farol. E estes versos não são mais do que um praticar para ver se, num dia qualquer, de chuva, consigo ser farol e recuperar alguma embarcação perdida. Mas todas as embarcações, no timoneiro da vida, são coisas perdidas, e eu, quase sempre, sou também uma coisa que se perdeu e não se encontrou nunca. Para ser farol é preciso encontrar-se! Mas quem me será farol para encontrar-me a mim, só, ilustre, distinto e mal-acompanhado de mim mesmo? Não foi nada, é tudo o que vai a dizer hoje este poema mal começado, e termina-se aqui, como se dizer mais fosse corrigi-lo, e corrigi-lo fosse errá-lo mais do que parece ser errado. Que errado já estava desde que não nasci farol, mas menino.