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"Dentro deste livro, o Mundo faz Vento. Escrevi sobre a pele para não esquecer algo. A temperatura das vogais sobe até ao vértice da turbulência e do seu vácuo: perigo de vida boca-a-boca. Silêncio e fuga: um poema bebe muitos lábios. É a Era da Pele: recomeçamos a fábula no mar alto. Eva expõe as linhas curvas da tempestade. O naufrágio canta o Amor do Possível.
Respiração boca-a-boca é uma operação de salvamento para náufragos. Porém, quando a respiração confunde os combustíveis, sopramos Caos, boca-a-boca.
Uma outra salvação acontece, mais inflamável que o naufrágio do Génesis de Alguém. É a Era da Pele: Eva trabalha no jardim, oferecendo frutos novos às suas serpentes mais íntimas. O jardim vibra na boca de Eva, comunhão de Caos, sempre mais jovem e livre.
Tarde, manhã: deus beija o barro. Passagem para novo dia sempre com Caos na saliva matinal. Princípio infinito: nascer das águas, boca-a-boca.
Também Eros conhece a vibração desse Caos que chama e toca no fundo, desde o altíssimo deserto da pura possibilidade até Aqui: um Livro possível para dizer a temperatura da Era da Pele. Uma voz submarina, dentro de Caos, uma voz mais nua do que grito, desenha uma órbita. E salva-se, talvez. Ninguém pode saber. Ninguém, nunca, nada pode evitar a ignorância da espuma manuscrita. Aqui. Imagina frações de um Diálogo Amoroso a recomeçar. Álcool de silêncio, respira"