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“(…) Em síntese – abrevia o sacerdote em voz solene – com a morte deste homem, após uma vida de mãos calejadas pelo trabalho e sacrificado pelas guerras e epidemias que atravessou, privilegiado apenas pela sua sensibilidade e inteligência, resta-nos, em memória, os seus exemplos: o fogo da sua forja, o martelar da sua marreta e o ritmo rápido do seu martelo que todos ouvíamos no seu caminho, manhã cedo, a trabalhar com o vigor da sua arte.
Só o tempo dirá se algum vindouro, filho, neto ou bisneto, ou qualquer outro ente de outro qualquer ramo familiar, estará ao seu nível, com capacidade para escrever pelo menos mais um capítulo, para suprir o que não fica dito sobre a história deste – e de muitos outros homens e mulheres – e de todos aqueles que, como ele de alma Grande, adormeceram no anonimato, mas na esperança de um dia serem recordados, ainda que seja daqui a mais setenta e sete anos…”
Na verdade, só lendo o romance desde início até ao fim se compreendem bem as palavras daquele padre, pois é inevitável relacionar certas personagens com o espaço da vida real da sociedade portuguesa e, simultaneamente, acompanhar os factos mais importantes da cena internacional de meados do século XIX a meados do século XX.
Ao longo da narrativa, sente-se cada vez mais a curiosidade para saber, no decorrer de tantas guerras e epidemias, qual é o fim desta família e, após muito refletir, qual é, afinal, o sentido da História.