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“Já não vejo o copo molhado, deixado, usado pelos teus lábios no pequeno almoço do dia. Já não me despeço num até já. Não!
Escrever é esquecer do mundo, para me lembrar de ti... porque continuo a escrever?
Posso bater-te à porta e permanecer no teu corpo? Podes ficar com os meus olhos e depois conduzes-me até casa... porque continuo cego?
Desfocavas-me os sentidos com o teu assédio guloso, capataz do meu tempo, da minha vulnerabilidade, a teu proveito egoísta. Eu deixava, e corrompia-te de felicidade só para te ter completa, naquela mesma figura suada, só para mim.
Abusas de mim, de novo?
Porque me deixas-te, amor? Morri para ti assim tanto?”
Sérgio Pires, além de um querido amigo, com quem partilhei tantos quilómetros de estrada durante quase uma década, é também um maravilhoso contador de histórias. Nos últimos anos em que trabalhámos juntos, pude assistir ao despontar do escritor, entre os textos que me ia mostrando e lá eu via um universo de expressão próprio, tão raro de encontrar e uma voz única, singular. Espero que o mundo possa abraçar a sua imaginação e a sua verve de forma tão contundente quanto a sua arte merece.
Ana Bacalhau