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Alice LÁZARO aporta neste seu livro testemunhos documentais que contrariam a ideia feita que com foros de única verdade se tem mantido praticamente inalterável do século XIX para cá, quando se fala da mudança da Corte portuguesa para o Brasil em 1807, inculcando no imaginário comum que se tratou de uma fuga pura e simples. Tal ideia ideologicamente interessante, veiculada e enraizada com intuitos políticos, hoje já não resiste, quando a honestidade intelectual se sobrepõe a jogos de linguagem que armam bem, numa roda de café, mas não a uma leitura sincera do processo histórico.
Em resultado do que estudou e reuniu documentalmente – embora não inteiramente inédito – a autora vai no sentido de evidenciar a dinâmica de interesses em presença, numa conjuntura imperialista, a que se opôs com uma rara visão estratégica o Príncipe-Regente de Portugal, que deve ser justamente tida como um rasgo à revelia das pretensões da França napoleónica.
Em escassos quinze anos o Brasil adveio centro decisor de uma tendência política internacional, verdadeiramente visionária, relançando laços dinásticos antigos, por meio do casamento das filhas de D. João VI, em Espanha, desenhando um novo mapa ideológico europeu, saído de Viena e corporizado em Verona. Neste contexto dramático ganha especial destaque – que deve ser enaltecido – perante o seu arrojo e determinação, o papel daquelas infantas portuguesas, neste livro recuperado e trazido à ribalta.