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Em 1970, o autor deste Álbum de Memórias assentou praça na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém. Completou o Curso de Sargentos Milicianos e a especialidade de Atirador de Cavalaria e foi mobilizado para Angola. Durante alguns meses, permaneceu no Regimento de Cavalaria 4, no Campo Militar de Santa Margarida. Integrado no Batalhão de Cavalaria 3845 e na Companhia de Cavalaria 3361, embarcou para Angola no navio Vera Cruz, em junho de 1971. Após ter permanecido cerca de 18 meses na Coutada do Mucusso (Cuando Cubango) e seis na Fazenda Costa (Maquela do Zombo) onde participou em dezenas de operações militares, regressou a Portugal e à vida civil. De cidadão decente e respeitável, de defensor da Pátria, com o 25 de Abril de 1974, passou a facinoroso fascista e capanga de colonialistas. Porque o silêncio é uma forma de cumplicidade, decidiu, agora, dar público testemunho do seu repúdio e inconformismo. Assim, mais do que um ajuste de contas de um velho com o passado, este Álbum de Memórias é um documento de denúncia de alguns acontecimentos recentes da História de Portugal. É, igualmente, uma crítica frontal e desassombrada ao Salazarismo, ao 25 de Abril, à Descolonização e à má consciência da sociedade portuguesa em relação à sua História, aos ex-combatentes e retornados.