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Este livro é, simultaneamente, sóbrio e hilariante percebendo-se que o seu autor ter-se-á divertido bastante ao redigi-lo, brincando com palavras, expressões e fraseados em múltiplas passagens.
Há uma figura central: o Dr. Tomás, profundamente apaixonado, por vezes a raiar o caricato fervoroso, pela sua profissão de psicólogo e psicoterapeuta. E que vai sendo solicitado a dissertar sobre temas diversos ligados às “psicologias e psicoterapias”, e fá-lo, frequentemente, de uma forma arrebatada e galvanizante, mas também, por vezes, a roçar o cómico, recorrendo abundantemente à sua frase predileta: “Sim, o ser humano é assim...”
Por tal, é tratado, pelos seus bons amigos, de uma forma carinhosa: “Tomás, o psicólogo loquaz”. E são, assim, descritas, neste livro, com algum detalhe, um pouco em jeito de script cinematográfico, os diálogos do Dr. Tomás com os seus quatro bons amigos: Bernardo, Marcelo, Diogo e Paulo. Mas aparecem também outras personagens que vão surgindo em diversos cenários. Por exemplo: na costa alentejana, debate-se o tema da autoaceitação, do perdão e da culpa com António; na Tailândia a mudança psicológica com Carminho; em Lisboa, com Sofia, o autocontrolo emocional; bem lá longe, no Nepal, aborda-se profusamente o trauma...
Fundamentalmente, são animadas conversas, tertúlias e interlocuções, sobre ciência psicológica, lideradas pelo Dr. Tomás de uma forma empolgada, muito participada e, igualmente, divertida, mas, entretanto, também se vão descrevendo “exercícios reais” com incursões mais sóbrias no âmbito da hipnose e do EMDR.
Vai, entretanto, aparecendo um jovem bastante sagaz: Martim, estudante universitário do mestrado de Ciências Cientificológicas que, frequentemente, desestabiliza o Dr. Tomás ao interpela-lo com uma muito irritante pergunta: “E isso está provado cientificamente?...” De facto, ainda que procure sustentar a sua “querida” frase “Sim, o ser humano é assim...” com uma argumentação de índole mais técnica e científica, aquele jovem não o poupa com aquela sua cortante sentença, instalando-se, então, alguma, ou mesmo muita, perturbação no Dr. Tomás que deixa subitamente, de sorrir...
Mas, depois lá volta a sorrir, a sorrir muito...
Aliás, nesta “estória” todos sorriem muito... Sim, e sorrirão porque, malgrado muitas passagens deste livro serem sérias, sim, algumas terão, de facto, alguma comicidade... Sim, terão, sim!...