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O livro volta-se para o desenho como um conceito amplo, mas sem perder a especificidade do ato de “estar a desenhar” como uma experiência única e intransferível, cuja vivência é necessária a todos e a todas. Percorre a história e situa-se no presente, na tentativa de vislumbrar algum futuro. Está, de certa forma, emoldurado por prolegômenos e paralipômenos: o primeiro a situar um estado de exceção iniciado em 2019 com a pandemia e o segundo a situar o fim da Modernidade no status quo da Arte atual, sendo que, em ambos, busca-se a crítica do espaço-tempo em que se vive. Entre os dois textos, situa-se um corpo com 12 capítulos, os quais podem ser lidos em qualquer ordem. A linha que une os 12 capítulos é também um desenho que vai a percorrer a vida e a arte como uma celebração da arte do desenho. O corpo do livro desenvolve-se entre narrativas históricas e pessoais sempre por um viés que tenta trazer o leitor e a leitora para a experiência do desenho, seja por meio de texto ou por meio de imagens construídas especificamente para contextualizar os percursos escolhidos e apontar novos caminhos. Os textos visuais são tão necessários ao desenvolvimento do livro quanto os textos verbais, formando um conjunto indissociável. As narrativas desdobram-se entre a escrita e as imagens, entretanto sem se constituir em um livro ilustrado.