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Em “o Texto Irónico Literário de Mia Couto baseado na formação de novas Palavras e novos sentidos”, o autor revela como Mia Couto faz uso da ironia sarcástica para denunciar primeiro a guerra colonial e depois a guerra civil que se lhe seguiu bem como o contexto envolvente Nas suas narrativas, predominantes em prosa poética, ele segue a esteira do realismo mágico precedente de Garcia Marques que integra o choque cultural entre o discurso colonialista e o discurso do colonizado. O realismo mágico dos colonizados não encaixa no realismo alienante dos colonizadores. No que a este discurso diz respeito, Mia Couto põe na boca dos autóctones muitas referências aos “antigamentes” marcantes da cultura tradicional moçambicana.
Constate-se a maneira como Mia Couto descreve como colonizados negros estratificam os portugueses em duas classes: os mezungos e os chicacas. Os mezungos são os portugueses bem parecidos, cultural e socialmente superiores. Os outros, de muito baixo nível sócio cultural, são os chicacas.
Mezungos praticamente não há nenhuns. No “realmente” são todos chicacas.
Para um personagem negro, muitos chicacas são arrota-peidos, exemplificado na expressão: “cala Chi (Sr) Domingo. Você é um arrota-peidos”