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Neste livro, Carlos Bauer nos desvela o compartilhamento que Paulo Freire faz com as contribuições do materialismo dialético marxista. No seu modo de ver, a proposta de Freire é eminentemente política e pedagógica no sentido de que, mediante uma ação cultural para a libertação, pode levar a consciência do oprimido ao nível da criticidade e assim viabilizar ações emancipadoras. De fato, essa consciência crítica não pode existir de forma intelectualista, ela precisa enraizar-se na práxis, sendo ação-reflexão.
Demanda de comprometimento político-social, de engajamento histórico. Consciência de classe não é só sensibilidade de classe. O conhecimento não se dá espontaneamente, naturalmente, ele é resultante de um processo de interação social, necessariamente tecido na intersubjetividade. Daí a extrema importância da educação como prática sociocultural, como interação permanente entre os sujeitos. No ver do autor, o pensamento libertador, tal como produzido por Paulo Freire, implica um método aplicado de ação emancipatória, um método de libertação popular, cuja característica fundamental é a dialogicidade educador/educando, mediados pelo conhecimento que ambos podem desenvolver e compartilhar, como sujeitos livres, e que é problematizador por excelência.
Antônio Joaquim Severino