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O Ser e o Nada... a inseparabilidade dos dois que está em toda a parte diante de nós.
— HEGEL (CIÊNCIA DA LÓGICA)
A contradição é a regra do verdadeiro; a não-contradição é a regra do falso.
— HEGEL (DOCTORAL THESIS)
Se erga a inteligência acima da unidade, vivendo a contradição logicamente, como começou a fazê-la Hegel.
— FERNANDO PESSOA
Assim em Hegel temos o desenvolvimento dialético do Logos; o Logos segue uma lógica, mas é transcendente.
— FERNANDO PESSOA
Panteísmo, esoterismo, metafísica da não-substancialidade, alteridade, a ideia da totalidade, a crença no princípio da contradição como lei universal, a compreensão da dialética como lei orgânica do intelecto, a afirmação da necessidade do cristianismo de interiorizar-se (tornando-se, assim, panteísmo absoluto)... são apenas alguns dos vários pontos de contato entre Fernando Pessoa e Hegel.
Essa aproximação não deve-nos espantar, já que uma das grandes promessas (messiânicas) de Fernando Pessoa era que a sua obra realizaria na literatura europeia o mesmo grau de espiritualidade já consolidado naquela “catedral do pensamento”, a filosofia hegeliana. Essa promessa sim deve-nos abismar e merece toda a nossa atenção, certo?
Esta é uma boa pergunta, sobretudo porque o tema permanece inexplorado, mesmo na já imensa literatura dedicada ao estudo da obra do poeta português. Isto acontece, em parte, porque o próprio hegelianismo confesso de Pessoa é assunto ainda abstruso.
O presente livro pretende, à sua maneira, abrir caminho para uma compreensão adequada da relação de Fernando Pessoa com Hegel, percorrendo, para isto, os vários labirintos de suas obras e pensamentos. Com isto, esperamos melhor situar o leitor em relação à nossa própria linha interpretativa da promessa literária do poeta português. É no mínimo fascinante olhar para os elementos hegelianos na obra pessoana.
— da Introdução