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A história contemporânea de Angola está carregada de equívocos, de mentiras, de erros de análises e de interpretações e, sobretudo, de tabus que ao longo dos anos têm alimentado, de um lado a sagração de uma plutocracia despótica que encontrou no terror infligido a uma sociedade difusa em silêncio a sua melhor arma e, do outro lado, as vozes que legitimamente reclamam a verdade da História e teimam, e bem, em agitar a consciência colectiva, que não pode permanecer alheia ao mal que tem sido feito. Esses equívocos e mentiras remontam já ao tempo do início da Guerra Colonial e continuaram, apadrinhados na Declaração de Independência pela intervenção interessada de uns militares de Abril, uns mal formados e outros mal informados, que levantaram o pano do palco para a exibição de uma peça que descambou no Inferno de Dante, até aos tempos de hoje.
O 27 de Maio de 1977, e os tempos que se lhe seguiram, mostra-o e é disso consequência. Não tem perdão. A página negra da curta história da Angola independente escreve-se em torno dessa data. O outro lado da barricada não deixa de carregar consigo equívocos e tabus que devem ser quebrados. Tem a seu favor, contudo, o constituir o flanco da tormenta. A Angola da burguesia mandante, dos assalariados dos petróleos e da guerra transformados em detentores da riqueza é, apenas, efeito da política do terror jacobino que a tem governado. A receita é simples: se se quer ter o povo do lado do Poder, basta infligir-lhe o medo.