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«... a menina espreitava todos os dias por cima do muro e não percebia porque ninguém a ia buscar.
Havia tantos meninos e meninas da idade dela que tinham pai e mãe! Ela via-os a passar. Ela via-os a chegar á escola e depois a sair. Mas ela saía e chegava todos os dias sozinha. Era uma menina crescida, diziam. Às vezes diziam-lhe que era muito pequenina mas isso era quando dizia o que pensava. Por isso não valia a pena pensar. Era bem melhor fingir que não entendia. Era bem melhor dizer que sim. Era bem melhor olhar por cima dos muros.»
«Às vezes fico a olhar para os meninos que passam na rua com os pais e com as mães e sabes uma coisa? Não há pais perfeitos! E acho que meninos perfeitos também não! Mas todos os dias os mesmos pais passam com os mesmos filhos e a mim parece-me que apesar das diferenças não seriam capazes de os trocar!(...). Não sei há quanto tempo estou aqui no orfanato, mas desde que consigo espreitar por cima do muro que tem sido sempre assim. (...) Não me parece que a técnica daqui esteja a esforçar-se em me encontrar uma mãe pois só vejo as pequeninas a sair daqui. Dizem que é um alívio pois os bebés só dão trabalho e não fazem nada.»