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Relato de uma infância marcante, vivida na Ericeira, uma vila piscatória e turística, nos anos sessenta, tempos posteriores a grande volume de migrações internas em Portugal, e de emigração também. A ditadura impunha regras presentes em todas as vertentes das vidas comuns, contra as quais, já alguns se insurgiam.
Passada numa quinta, onde tudo florescia, onde a magia não se podia ver, por se viver misturada com a terra, com o iodo no ar, do mar que lá ao fundo rugia e ondeava, tempos que foram ponte e passagem, para os tempos que vivemos agora, embora menos felizes do que esperávamos que pudessem vir a ser; são todavia, estes presentes tempos, retratos da força e da coragem das gentes que não desistiram, que persistem contra todas as negras marés, e, são, ainda assim, tempos de esperança.
História de infância e do cheiro das gentes, de numerosas famílias, povoadas de histórias de encantar, banais, comuns, tão especiais que já só restam em memórias, em livros de histórias e romances de tempos idos, que continuam a fazer sonhar, num desejo de regressar a mesas compridas na sala de jantar, com muita gente ao redor, ou ao serão, alegremente a cantar, afastando para longe este fado de tanta gente em solidão.