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Onde se cruzam Águas nascem Anjos trata da metamorfose de duas vidas que, à partida, se suporiam dissociadas e cuja ligação seria inverosímil: a de um velho que desistiu há muito de viver e a de uma jovem que sofreu um tremendo abandono e desaprendeu a vida. A mensagem parece óbvia: a felicidade encontra-se muito além da verdade imediata das coisas, mas nada é desvendado frivolamente – também isso deverá ser conquistado (ou não) ao longo da diegese.
A ação tem como tela principal a baía de Angra do Heroísmo e serve, esta, como pretexto para o elogio da Natureza e do sentimento telúrico e, por outro lado, para a crítica social a algumas franjas dos habitantes da cidade. Já o tempo é fragmentado e descontínuo como a memória de cada uma das personagens que é chamada a narrar os acontecimentos e ainda mais no caso do narrador que ora se confunde com os protagonistas, se assemelha a uma nova personagem, ora se distancia da história e se aproxima dos leitores.
A prosa poética - característica muito própria - tece um romance em que as personagens se multiplicam, imitando a vida, e as vivências de quem vai ficando e fazendo parte encaixam na ação principal, já não se descolando dela.
De resto, a obra apresenta-se sozinha.