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Tomé Penedones e Soledade Pontevedra são um casal, como tantos outros, na casa dos quarenta, confortáveis na vida que constroem, nos desafios que abraçam, na segurança de um relacionamento estável, dos tempos de adolescência, que os traz, aos dias de hoje, quase em piloto automático, na forma como lidam com os assuntos do quotidiano. São, sem sombra de dúvida, companheiros: uma equipa. Trilham um caminho que vem sendo percorrido há mais de duas décadas, sem grande turbulência. Na fotografia, três filhos depois, e um animal doméstico, são a imagem da família de sonho.
No entanto, algo acontece que vem desestabilizar o equilíbrio familiar: intensifica-se a ideia da existência de uma terceira pessoa. Coloca-se a dúvida, se apenas na imaginação, obsessão de quem observa uma alteração de comportamentos e inicia um percurso de fragilidade e insegurança, ou se, de facto, são de cristal os alicerces deste castelo. Há ou não há traição? Será que sempre houve? Acontece ou não a deslealdade? Será que sempre aconteceu? A suspeita de atos de manipulação. Terão limites sido ultrapassados? Se sim, desde quando? Terá sido a paz sentida neste relacionamento uma fraude? Mais do que nos diálogos, é nos silêncios, e na linguagem não verbal, que as personagens comunicam o que parece ser uma duplicidade de vivências. A intuição ou a loucura a desempenharem um papel fulcral. Até onde subsiste uma possível farsa?
Neste enredo, todos os ângulos são tidos, com maior ou menor expressão, em conta, e desafia-se o leitor a uma reflexão, no sentido de avaliar o que existe, o que não existe, o que ameaça destruir a serenidade, se algo concreto ou uma mera efabulação. Será esta uma serenidade real, ou tudo decorre da junção perfeita entre ingenuidade e dissimulação? Previstos todos os cenários, eis a questão: conseguirá este amor superar a adversidade que enfrenta, e ser salvo? Duas ainda mais prementes questões: será, genuinamente, amor? Quererá ser salvo?
Querer acreditar, sentir que caminhamos na berma de uma falésia…