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Neste romance há muros que oprimem em nome da paz, muros brutais no limiar do genocídio. O jornalista Alberto fez-se ao caminho, da Coreia à Irlanda do Norte, do Saara Ocidental à Palestina, de Caxemira ao México e ao Brasil.
A longa odisseia do cassador de muros.
“Os troantes monstros vieram dos ares, do ventre de Simoom, de madrugada, ainda a luz era menina quando o diabo vermelho de chifres girantes espalhou o pânico no acampamento. Os gritos de terror envolveram tudo, as sirenes violaram o silêncio e o gás lacrimogéneo impediu-os de respirar. Só a massa em fuga, desarvorada, imprimiu movimento a Alberto, cujo primeiro pensamento foi ver na tenda de Teslam onde a bebé chorava sozinha, pegou nela e sem reparar por onde ia, tentou romper a multidão e evitar cair com a criança nos braços. Nesse momento algo tombou sobre ele e viu a mãe de Mariem a escorrer sangue e súplicas pela boca:
“Alberto, se hace cargo de mi hija, tiene a nadie más, el padre es desapa ...” E expirou com a mão sobre a cabeça da criança, augurando-lhe um futuro melhor que o dela! “Vamos, não podes ficar aqui eles vêm sobre nós!”
Era Hassan, mas já era tarde! Dois agarraram-nos e levaram-nos para a viatura cheia de muitos outros, que também se deixaram apanhar. Dois fogos se atearam, um consumia a terra, outro consumia o céu, ambos vermelhos como o bafo do mal que lançou a morte, enegrecendo o dia em nascimento.”