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João Sebondia e Vicencinha sonhavam casar.
Entre eles, separam-se vinte anos de idade.
Em comum, tinham a ilha da Madeira.
Diariamente, ocupavam-se das tarefas no campo.
João Sebondia, aos 27 anos, cumpre o grande sonho de emigrar até à África do Sul.
Mal sabia ele que seria em Angola que construiria a sua vida.
Vicencinha não esperava conhecer João Sebondia.
Nunca pensara levar a sério o conselho de se corresponder com este e fazer uma viagem de barco durante treze dias até Angola, depois de casar por procuração.
João não queria acreditar no que ouvira.
Como poderia o Vinte e Cinco de Abril mudar o seu mundo? Como poderia aceitar que o seu dinheiro nada valesse? Como poderia ir com Vicencinha e Celinha de dois anos para um campo de refugiados, de regresso à Madeira? Que destino era este para fazê-los retornados à terra que imaginaram regressar com as poupanças que lhes dariam vida de conforto? O mundo de João caiu.
O nó na garganta deixava-o incrédulo ao crer que, aos 53, teria de recomeçar novamente na ilha da Madeira ou talvez ponderar emigrar para outro destino que lhe pudesse mudar a sorte.