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…Neste escrito, “Inverno do Futuro - Reflexões, experiências e sentimentos em tempos de vida suspensa”, pretendo fazer registos vivenciados num período temporal muito limitado, que se inicia na Pandemia, interpretados à luz dos meus critérios, opções e ideologia e que podem servir, ou não, de indicadores para o que se passou e, acima de tudo, para o que se vier a passar no futuro.
Neste escrito falo-vos de tempos em que olhávamos desconfiados para o próximo, em que fomos privados dos afectos mais simples como beijar, abraçar, acarinhar, que nos retirou do convívio, da festa, da luta em massa (mas não da luta) e da homenagem aos que nos são queridos e já partiram e em que também fomos privados da liberdade de movimentos, que não a liberdade de pensamento porque, essa, por muito que alguns o tentem, como bem diz o poeta e canta o cantor, não há machado que a corte.
E também vos falo dos trabalhadores e do seu movimento sindical, dos seus problemas, anseios e acção, falo das acções marcadas (das suspensas e das realizadas), falo dos meus familiares e dos meus amigos, procuro analisar e propor e dou a minha opinião sobre os caminhos do futuro. Não são receitas, não é um testamento e não é imparcial e até pode ser polémico e não consensual, o que não me causa particular perturbação.
E, por fim, com ele não pretendo dar uma resposta ao retardador aos que, conscientemente, confundem liberdade de expressão com liberdade de difamação e que minam a sociedade democrática.
Luís Pereira Garra