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O desemprego deixou de ser o vago fantasma de que até há pouco tempo as pessoas falavam em Portugal, para se converter numa realidade dura, áspera e cada vez mais presente.
Na versão atual, o desemprego não escolhe as suas vítimas e ninguém a ele está imune, seja pela idade, sexo, profissão, formação académica, experiência de vida, ou nível social.
Os centros de emprego passaram, por isso, a ser a meca indesejada dos portugueses sem emprego, que às suas salas de espera são coagidos a comparecer com frequência – se não quiserem perder o direito aos cada vez parcos apoios financeiros que a Segurança Social lhes faculta a título de subsídio de desemprego, numa difícil etapa das suas vidas e quando passam a ser não mais do que frios e incaraterísticos números nas estatísticas oficiais.
Cada desempregado é, porém, um ser humano que sofre na pele e no dia-a-dia uma indesejável e incómoda situação de ociosidade, as mais das vezes, sem futuro aparente.
A partir desta complexa realidade social, estes Dias de Inverno traçam um conjunto de retratos humanos, quantas vezes amargos e sofridos, inspirados em casos reais, cujos protagonistas são homens e mulheres com histórias de vida, por vezes complexas, e perfis muito diferentes, oriundos de situações profissionais e pessoais igualmente diversas, que acabam por convergir num inesperado confronto com quem, no secreto isolamento do seu gabinete de atendimento do centro de emprego, se entretém a manipulá-los, parecendo sentir nisso um prazer mórbido, como se sobre eles exercesse um poder absoluto e dominador que, apesar de existir, parece não ser real e que a todos conduz para um desfecho imprevisível.