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Era uma vez um Canarinho Rebelde que vivia numa gaiola, com mais três canários, na fazenda do seu Eduardo. E por mais que o seu Eduardo tratasse o seu animalzinho com muito carinho, com muito alpiste e água fresquinha; não havia jeito do Canarinho Rebelde cantar como os demais canários da gaiola. Era uma situação insuportável!
Era uma ingente tristeza só, pois o Canarinho Rebelde se machucava todo de tanto se chacoalhar contra as grades da gaiola. Debatendo-se, em profundo desespero, ficava todo machucado pelo corpo inteiro: queria, isto sim, a sua liberdade, pois não aceitava o seu cativeiro como os outros três canários – que viviam felizes a cantar sem parar!
A beleza do Canarinho Rebelde era espetacular: tinha o corpo todo em tons azulados com a cabeça toda em branco e vermelho. Era realmente diferente dos demais canários existentes em todas as fazendas das redondezas. E a sua postura de príncipe o impedia de aceitar viver engaiolado como um reles canário sem altivez. Era muito orgulhoso.
Quando o seu Eduardo abria a gaiola para colocar água e alimento aos canários, o Canarinho Rebelde bicava, com rispidez, a mão do seu dono, a qual ficava toda feridenta. Mesmo assim, não havia jeito do seu Eduardo soltá-lo para a vida em liberdade: ele gostava muito de se exibir com os seus amigos exaltando a beleza do Canarinho Rebelde.