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A História pode ser mestra da vida. Ou um veneno letal. O relato de uma verdade – a verdade íntima, a verdade de quem a profere – nunca é imparcial, mas deixa registada na alma de quem a escuta uma impressão de verdade única…
Depois de se deparar com um in-fólio anónimo e lacunar, meticulosamente adornado com imagens da dama galega e aleivosa que atraiçoou D. Constança no dia das suas bodas e que quis fazer tombar o reino de Portugal às mãos de Castela, D. Beatriz, Condessa de Albuquerque, anseia apaziguar o espírito, registando (para o futuro) a visão emotiva de uma Infanta a quem cedo roubaram a infância.
Este relato desvela a História privada, aquela que não consta nos registos oficiais. Num discurso intimista, entrelaçado com memórias de uma ternura inefável, D. Beatriz procura resgatar a imagem de sua mãe, Dona Inês de Castro, uma mulher doce e apaixonada, e a de seu pai, Dom Pedro I, um homem muito afetuoso e gentil, mas um rei a quem a tragédia converteu num homem desmesurado e cruel.