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Nasci no Porto, em 1952, dois anos depois da morte de Guilhermina Suggia, que foi professora e grande amiga de minha mãe, a quem deixou em herança a casa onde vivia, após o seu casamento com o grande médico e cientista, Dr. José Carteado Mena.
Foi, pois, nessa casa que nasci e cresci, e tudo ali me falava de Suggia, todos os móveis, cortinados, os sofás onde me sentava, a mesa onde comia, a minha cama, que havia sido a dela. Isto, além das inúmeras fotografias que me mostravam a sua imagem, algumas de diva, e algumas mais íntimas, que abundavam pelas gavetas.
É com essa distância e essa proximidade que sobre ela escrevo; com olhos de quem a vê, glamorosa, e a julga pela sua imagem exterior; com a alma de quem sente, quase, o murmúrio das suas palavras, exprimindo a sua sensibilidade de artista e de mulher.
Esta é a história da vida de Guilhermina Suggia em Inglaterra, onde foi uma diva e se relacionou com artistas e intelectuais de todas as áreas como, por exemplo, Lytton Strachey, Virginia Woolf e Augustus John. Este último pintou-lhe um célebre retrato, que se intitula "La Suggia" e se encontra na Tate Gallery, em Londres.
Esteve para ser dona de um castelo, aquando do seu noivado com Mr Edward Hudson; porém este casamento não chegou a concretizar-se.
Na cidade do Porto, sua terra natal, o Dr. Carteado Mena esperava conseguir a atenção de Guilhermina, e com ela passar o resto dos seus dias, numa casa especialmente comprada para ambos viverem. Ficava na Rua da Alegria, nº 665.