Eliana partilha connosco o diálogo interno que tem com a sua Inner Godess, onde ela começa por partilhar o seu passeio di­ário em Londres, descrevendo o seu jardim preferido, quando começa a divagar. Reflete sobre a sua relação com a mãe e a morte, sobre a morte da mãe e a sua possível morte e aí começam as questões existenciais, sobre a construção da sua identidade e as escolhas da sua vida. Depois vem a saudade, do Fado e de Lisboa, as músicas, os filmes, as amigas e os homens da sua vida... Tudo vai surgindo numa sequência ines­perada, que nos leva a conhecer Eliana.

Mas este conto é uma reflexão sobre uma geração Topo de Gama, demasiado busy a criar o seu mundo virtual, cheio de seguidores e pretendentes online, para se deixar conhecer e criar relacionamentos duradouros. Foi preciso o Covid, um tempo de overload virtual, e uma continua caminhada para um apartamento giríssimo, mas que não é home, para Eliana conseguir ouvir os seus mais íntimos desejos, encontrar seme­lhanças com a sua mãe e a coragem para fazer novas escolhas. A escolha do país onde vai morrer, e a escolha dum amor com quem valha a pena ficar isolada em casa.