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António Garcia de Oliveira nasceu no Moriege, uma aldeia de Angola, no dia 15 de Fevereiro de 1963. Cerca de 100 quilómetros separam Muriege de Saurimo, a capital da província da Lunda Sul. Nessa aldeia, aprendeu a falar português, teve o primeiro contacto com as letras, aprendeu a descodificar palavras escritas na língua onde haveria de sentir mais conforto ao escrever textos literários. Tudo isso aconteceu-lhe antes de completar 5 anos de vida, num contexto do qual sente imensa saudade.
Tchapola era um cego que, invariavelmente, vestia um sujo sobretudo preto. Com a ajuda de uma bengala, parecia caminhar sem parar, pela aldeia. O chefe da esquadra da polícia era o Sô Bento, um europeu de rosto avermelhado. O chefe da Administração era um senhor alto com quem o pai conversava à tarde, antes de o manto de escuridão cair sobre a terra. O Sô Vieira Batata era o único comerciante da aldeia. Tal como essas pessoas, o posto de saúde, a casa do administrador, a esquadra da polícia, a Missão Católica com uma escola primária, a loja e outra escola primária mais distante, fazem parte da memória que liga António Garcia de Oliveira a Muriege.
Em idade pré-escolar, foi para Luanda. Nesta cidade, foi baptizado, na igreja católica Santa Ana. Na capital de Angola, brincou, jogou futebol na rua e frequentou escolas do sistema de ensino. Encontrou amigos na infância, na adolescência e na idade adulta. Alguns personagens de A OUTRA VERDADE foram criados à semelhança desses amigos.
Ainda em Luanda, António Garcia de Oliveira descobriu o amor da Bela, a companheira que deu à luz os seus filhos. Nessa cidade, leu e discutiu literatura angolana e do mundo. Escreveu e publicou versos e prosas, em publicações tais como o Jornal de Angola, a revista da Brigada Jovem de Literatura, a Revista Eco, entre outras.
Nos anos 80, estudou Literatura Russa, Literatura Soviética e Literatura Universal do século XIX. Estas disciplinas faziam parte do curso de jornalismo da Faculdade Especial da Escola Superior Político Militar de Lviv.
De 2004 a 2012, deu aulas de literatura angolana, no Instituto Médio de Economia de Luanda. Num período de 3 anos, a partir de 2015, nas aulas de Tratamento de Arte e Imagem, falou de literatura oral e de arte aos estudantes da Universidade Independente de Angola.
A uma certa altura do seu percurso, António Garcia de Oliveira assumiu um fascínio pelo romance histórico e textos biográficos. Tem procurado ler textos ligados a esses dois ciclos da literatura.